Após cinco décadas de separação, duas irmãs puderam se reencontrar, nesta quarta-feira, 9 de outubro de 2024, graças ao trabalho da Defensoria Pública de Pernambuco (DPPE). Maria de Lourdes Anterio da Silva, de 66 anos, moradora de Recife, e sua irmã Damiana Anterio, residente em Princesa Isabel, na Paraíba, voltaram a se comunicar depois de 50 anos, em uma emocionante reconexão proporcionada pelo Núcleo de Registro Civil da DPPE.
O reencontro começou quando Maria de Lourdes procurou a Defensoria para resolver um impasse com seu benefício de aposentadoria, pois não possuía registro de nascimento. O Núcleo de Registro Civil, coordenado pela defensora pública Leda Pessoa, deu início ao processo de Registro Tardio de Nascimento, uma prática comum para regularizar a situação civil de pessoas que, por diversas razões, não possuem documentação oficial.
Durante a investigação, foi encontrado um registro de nascimento de Maria de Lourdes em Itaporanga, na Paraíba. Ao se comunicar com o cartório local, ocorreu uma coincidência inesperada: duas sobrinhas de Maria de Lourdes, Josélia Pereira da Silva e Jocielma Pereira da Silva, moradoras de São Paulo, estavam no cartório no momento e reconheceram o nome da tia. As sobrinhas, que não viam Maria de Lourdes há 50 anos, imediatamente procuraram a Defensoria para confirmar a identidade.
Com essa confirmação, a DPPE organizou um encontro virtual entre Maria de Lourdes, suas sobrinhas e, finalmente, sua irmã Damiana. O momento, marcado pela emoção, restaurou laços familiares há muito perdidos.
O caso de Maria de Lourdes é um exemplo da importância do Registro Tardio de Nascimento, que garante a regularização da documentação de milhares de pessoas no Brasil. Sem o registro civil, cidadãos enfrentam dificuldades para acessar direitos básicos como aposentadoria, benefícios sociais, e até para obter emprego formal. No entanto, para muitos, esse processo é mais que burocrático — pode representar o resgate da dignidade e a oportunidade de reatar laços familiares, como no caso das irmãs Anterio.
“Ao facilitar o registro civil, estamos garantindo a cidadania e devolvendo a dignidade às pessoas. Muitas vezes, como neste caso, o impacto vai muito além de documentos, tocando profundamente a vida emocional e familiar dos assistidos,” explica Leda Pessoa, coordenadora do Núcleo de Registro Civil da DPPE.
A Defensoria Pública de Pernambuco, por meio de seu Núcleo de Registro Civil, realiza um trabalho fundamental na garantia do direito à documentação. Além de auxiliar na regularização civil, o núcleo atua em casos de Registro Tardio de Nascimento, promovendo acesso à justiça para aqueles que mais precisam. O trabalho, que envolve a emissão de registros civis e outros documentos, é essencial para a cidadania plena e pode transformar vidas.
Para aqueles que enfrentam problemas semelhantes ao de Maria de Lourdes, o Núcleo de Registro Civil está à disposição para fornecer assistência jurídica e facilitar o acesso à documentação necessária.
Para mais informações sobre o Registro Tardio de Nascimento e outros serviços do Núcleo de Registro Civil da Defensoria Pública de Pernambuco, entre em contato pelo WhatsApp (81) 9 9130-2290 ou envie um e-mail para registro.tardio@defensoria.pe.gov.br.